Aqui guardo o que não cabe em voz: pequenos pedaços dos meus dias na fazenda. Entre música, café, silêncios e histórias, escrevo para lembrar do que me move. Esse é o meu caderno aberto, simples, íntimo e vivido devagar.
Antes de palavra, vem o cheiro do café.É sempre assim. A manhã ainda está meio apagada, a luz entrando devagar pelas frestas, e eu escuto o som fino da chaleira aquecendo a água. Há algo de sagrado nesses minutos. O tempo parece entender que precisa andar mais devagar para não assustar o dia. Enquanto a água cai em fio sobre o pó, sinto que o mundo vai se ajeitando ao meu redor. A cozinha respira fundo, a caneca esquenta entre minhas mãos e tudo ganha contorno, até meus pensa