A Barro e Luz
A Barro e Luz é o meu primeiro álbum. Um disco que ainda está sendo costurado aos poucos e que chega ao mundo em 2026. O que existe agora são ensaios do que ele será: pedaços de melodia encontrados na varanda, versos escritos entre uma xícara de café e outra, gravações simples feitas onde a luz da casa pousa mais macia. São fragmentos sinceros de um trabalho em nascimento, feitos com o silêncio, a memória e o tempo que a terra pede.




De onde eu venho
Cresci entre barro e luz, entre um café coado no pano e o som dos pássaros misturado ao piano de dona Amália. Foi ali, na pequena fazenda dela, perdida nos cafundós de Minas, que meus dedos encontraram as teclas pela primeira vez e descobriram um mundo inteiro escondido dentro do som. Meus pais viraram lembrança antes que eu aprendesse a guardar memórias e, desde então, foi no colo daquela mulher que encontrei voz, chão e destino.
Saí jovem para estudar música e entender o que havia além das montanhas, mas a cidade sempre correu mais depressa do que meu fôlego. Um ano depois da partida da minha doce Amália, o caminho de volta se desenhou sozinho, como se a própria estrada sussurrasse meu nome.
Voltei. E aqui estou: entre a varanda onde a luz acorda primeiro, o quarto onde repousam minhas canções e o quintal onde o Pingo inventa alegrias. Vivo costurando o que perdi e o que encontrei, como quem canta baixinho para não acordar a própria alma.
Lojinha da Luísa Terra
Alguns objetos atravessam meus dias como pequenos companheiros de caminho. Coisas simples que me fazem companhia enquanto escrevo, preparo meu café, componho ou só deixo o tempo passar devagar. Separei aqui tudo o que faz parte do meu cotidiano e que, de algum jeito, também pode fazer parte do seu.

Café e manhãs lentas
Antes da música, vem o café. Aqui ficam os pequenos rituais que me acordam devagar: o grão que moe no tempo certo, o coador que perfuma a cozinha, a caneca que aquece minhas mãos nas primeiras luzes do dia.
Cozinha afetiva
A cozinha é onde a memória mora. Entre a tábua de madeira, a panela de ferro e o bolo que cresce no forno, guardo pedaços da minha infância e do que ainda me sustenta hoje. Estes são os objetos que costuram afeto, cheiro e história.
Cadernos e livros da minha mesa
Entre uma canção e outra, sempre volto para a mesa onde deixo meus cadernos, lápis e os livros que me acompanham. Aqui ficam as palavras que me encontram no meio da tarde, as leituras que iluminam meus silêncios e os cadernos onde guardo tudo o que ainda não virou música.
Grande Sertão: Veredas, Guimarães Rosa







